4 de abr. de 2016

[Resenha] Carmilla, de Sheridan Le Fanu

Escrito por Joseph Sheridan Le Fanu, Carmilla foi uma das primeiras obras literárias de vampiros. Lançado em 1871, o livro foi uma das grandes inspirações de Bram Stoker para a criação de Drácula, vinte e seis anos depois.

Se em obras mais antigas os vampiros apareciam como pouco mais que monstros sanguessugas, Sheridan Le Fanu introduziu a figura do vampiro como uma criatura sedutora e sensual, mudando para sempre a forma como a ficção veria esses seres.

No livro, encontramos a jovem Laura, que vive com o pai em um castelo no interior da Alemanha. Após a morte repentina de uma amiga, Laura testemunha o acidente envolvendo a carruagem que transportava a linda e misteriosa Carmilla, que por força das circunstâncias acaba como hóspede no castelo. Conforme os dias passam, Laura se vê cada vez mais atraída pela convidada de hábitos excêntricos. Carmilla não tarda em declarar-se apaixonada, dando início a uma relação ambígua com sua anfitriã.

A maneira como Carmilla vive suas paixões, somada as reflexões que faz sobre a vida e a espiritualidade, a tornam a personagem mais envolvente do livro. Ainda que não seja dito em momento algum, Carmilla é claramente lésbica, e a tensão romântica e sexual que existe entre ela e Laura é intensa. Da dinâmica entre as duas nascem as passagens mais interessantes da narrativa.

Falando em narrativa, o ritmo e o vocabulário são o que se espera de um livro clássico. É uma leitura bastante curta, para ser terminada em pouco tempo. Sendo uma obra de domínio público, há várias versões disponíveis no mercado (algumas trazem o subtítulo "A Vampira de Karnstein", mas trata-se do mesmo livro).

O final repentino e sem um clímax pode ser um pouco frustrante, ainda assim, não diminuí em nada o brilho desse ótimo romance gótico.

Autor: Sheridan Le Fanu
Páginas: entre 88 e 160, dependendo da versão
Editora: varias
Ano: 1871

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